Saltar para a informação do produto
1 de 1

Salazar, 40 Anos?

Salazar, 40 Anos?

Cláudio Torres (desenhos), com colaboração de Flausino Torres

PVP
Preço normal €9,08 EUR
Preço normal €10,09 EUR Preço de saldo €9,08 EUR
PROMOÇÃO 10% ESGOTADO

Aproximava-se o ano de 1966, quando passavam quarenta anos do 28 de Maio de 1926 e a ideia surgiu naturalmente… Era necessário participar mais directa e empenhadamente na denúncia de um regime que parecia eternizar-se no poder; que, apesar do desgaste e do isolamento internacional, continuava a enviar milhares de jovens para as matas africanas e a encarcerar todos aqueles que tinham ideias divergentes. Os desenhos começaram a sair envolvidos por vezes num sorriso mordaz, ou apressadamente esquematizados num discurso incipiente.
Foi entre o espólio de Flausino Torres, organizado pelo seu neto Paulo Torres Bento e depositado no Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra, que este encontrou e resolveu ressuscitar o conjunto de desenhos que agora vêm à luz.


«…Para organizar um texto justificativo e coerente recorri ao meu pai, já então exilado em Argel, onde colaborava com a Frente Patriótica de Libertação Nacional. Foi dele a ideia de seleccionar dos discursos de Salazar algumas frases e afirmações que, de certa forma, enquadrassem os desenhos…»
Cláudio Torres

Ano de edição: 2008

Páginas: 80

Coleção: Álbuns

Dimensões: 21,5 x 17,6 cm

Encadernação: Brochado

ISBN: 978-972-36-0969-1

Ver detalhes completos

Cláudio Torres

Cláudio Torres nasceu em 1939 em Tondela. Fundador e Diretor do Campo Arqueológico de Mértola. Fundador e diretor da revista "Arqueologia Medieval". Doutor “honoris causa” pela Universidade de Évora (2001). Prémio Pessoa 1991. Em 1993 foi investido pelo Presidente da República com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. Desde 2006, membro do Concelho Consultivo do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR). Entre 1974 e 1986, docente de várias cadeiras ligadas à História Medieval na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Entre 1986 e 1996, chefe da Divisão Sociocultural da Câmara Municipal de Mértola. Entre 1996 e 2002 (data da sua reforma), diretor do Parque Natural do Vale do Guadiana. Em 2001 Representante de Portugal no Comité do Património Mundial da UNESCO. Entre 1996 e 2007, Presidente da Comissão Nacional Portuguesa dos Monumentos e Sítios – ICOMOS. Entre 2004 e 2012, Coordenador Nacional da Rede Portuguesa da Fundação Anna Lindh.

Tem desenvolvido a sua atividade científica em particular na área do património cultural, nomeadamente nos domínios da arqueologia, da investigação histórica e da museologia. Da sua atividade museográfica destaca-se: Diretor do Museu de Mértola desde a sua fundação; Em 1988, organizou e dirigiu a equipa que montou na galeria Bab Oudaya em Rabat, Marrocos, a exposição "Mértola Almorávida e Almôada"; 1997, Consultor científico da Exposição itinerante "Memórias Árabo-Islâmicas em Portugal" organizada pela Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses; 1998, Membro da Comissão Científica do programa de incremento do turismo cultural "Moura Encantada" lançado pela Direção Geral de Turismo; 1998, Comissário (em colaboração) da exposição itinerante "O Islão entre o Tejo e o Odiana."; 1998 Comissário científico (em colaboração) da exposição "Portugal Islâmico. Os últimos sinais do Mediterrâneo" aberta no Museu Nacional de Arqueologia até finais de Outubro; 1999 Comissário científico (em colaboração) da exposição "As portas do Mediterrâneo" aberta em Tânger durante os meses de Setembro e Outubro e em Rabat durante os meses de Novembro e Dezembro do mesmo ano.

Entre outros trabalhos publicados, destacam-se: "O Gharb al-Andaluz" in História de Portugal - (Vol. I), 1992 (direção de José Mattoso), Círculo de Leitores; "A arte islâmica no Ocidente Andaluz" (em colaboração) 1995 in História da Arte Portuguesa (direção de Paulo Pereira) "O Legado Islâmico em Portugal" (em colaboração) 1998, Círculo de Leitores.

Flausino Torres

Flausino Torres (1906-1974), professor, historiador e jornalista, foi um participante activo em alguns dos mais decisivos momentos do século XX português e europeu. Militante comunista desde os anos trinta, a sua casa da Quinta do Fojo, em Tondela, foi um dos centros da oposição democrática na região das Beiras e ponto de apoio para os funcionários clandestinos do PCP. Afastado do ensino por razões ideológicas, após uma passagem pela cadeia do Aljube em 1962-1963 intensifica o seu activismo político, assumindo importantes responsabilidades na direcção da Frente Patriótica de Libertação Nacional como membro do seu executivo no interior do país. Para escapar a nova prisão, vê-se obrigado a optar pelo exílio no final de 1965, primeiro em Argel nos tempos conturbados para a FPLN que se seguiram ao assassinato de Humberto Delgado pela PIDE e, depois de uma breve passagem pela Roménia, na Checoslováquia socialista.
Em Praga, Flausino Torres foi professor de Cultura e Língua Portuguesa na prestigiada Universidade Karlova, para cujos estudantes escreveria uma História de Portugal, mais tarde também editada em Portugal, e testemunharia a exaltante primavera política liderada por Alexander Dubcek, violentamente interrompida em Agosto de 1968 pelos tanques do Pacto de Varsóvia. Nos meses seguintes - ao mesmo tempo que redigia o Diário da Batalha de Praga - Flausino Torres lideraria a firme oposição da maioria dos comunistas portugueses exilados na Checoslováquia contra a ocupação soviética, contrariando a tomada de posição da direcção do PCP, apanhada na evidente contradição de estar a pugnar pelo fim da ditadura e pela liberdade em Portugal ao mesmo tempo que justificava e apoiava a opressão sobre um país amigo que procurava o caminho para um socialismo sem autoritarismo. A inevitável ruptura, consumada após uma tensa reunião com Álvaro Cunhal em Praga, levaria ao seu afastamento do partido e ao ostracismo político a que foi votado até ao final da sua vida que aconteceria em Dezembro de 1974 na sua Quinta do Fojo em Tondela, quatro anos após ter regressado ao seu país, doente e debilitado, no contexto da breve abertura da "primavera marcelista".

Da mesma coleção