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Em 1721, Filipe de Orleães é Regente de França. O exercício do poder é agradável, e ele ganha-lhe gosto. Na sua cabeça surge então uma ideia de génio: propor a Filipe V de Espanha o casamento de Luís XV, então com onze anos de idade, com a muito jovem infanta Ana Maria Vitória, então com quatro - e que só poderá ter filhos, portanto, uma década mais tarde... Mas não apenas isso: propõe-se também conceder a sua filha, Mlle de Montpensier, de doze anos de idade, como esposa ao príncipe das Astúrias, herdeiro do trono de Espanha, para reforçar as suas posições e consolidar o fim do conflito que a França travara com o grande vizinho. A reacção em Madrid é entusiástica, e tudo se põe rapidamente em execução. A troca das princesas tem lugar no início de 1722, em grande pompa, numa pequena ilha no meio de Bidassoa, o rio que marca a fronteira entre os dois reinos.Tudo podia ter corrido pelo melhor. Mas nada correrá como previsto... Alguns anos mais tarde, em 1729, encerrado este episódio, Mariana Vitória casaria com o futuro rei de Portugal, D.José I, e viria mesmo a assumir a regência do Reino a partir de 1776, até D. Maria I assumir o trono.
Chantal Thomas nasceu em 1945, em Lyon. Aluna de Roland Barthes, leccionou nas universidades de Yale e Princeton, nos Estados Unidos, antes de se dedicar à ficção. Recebeu o prémio Femina logo pelo seu primeiro romance, Les Adieux de la reine (2002), tendo mantido desde então uma actividade literária constante.
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