Vietnam

Existem casos, momentos históricos, em que os homens têm o dever de definir claramente, para si próprios, o que está em jogo nas opções que fazem, que valor e que significado têm as suas iniciativas ou a sua inércia, as suas palavras ou o seu silêncio.

A nossa geração e a anterior viveram alguns desses momentos: a guerra de Espanha, a expansão do nazismo na Europa, o massacre dos Judeus, a agressão contra a URSS - momentos que exigiam opções sem equívoco, que punham aos homens uma questão à qual se pode responder somente por sim ou não. A «compreensão», a «simpatia», os juízos matizados, a alegação de necessidades «de incontestável valor» não eram mais que recuos deliberados, recusas conscientes de uma resistência efectiva.

Como ontem face ao nazismo, hoje face à agressão americana contra o Vietname, só há uma resposta possível: não.

— Enrica Colleti Pischel em «Du Vietnam à la Chine?», RIS, II ano, n.º 11-12, 1965