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Terno Bárbaro

Terno Bárbaro

Bohumil Hrabal

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A vida é uma defesa constante perante aquilo que é inevitável» - apontou Bohumil Hrabal num caderno - e assim, involuntária e indirectamente, caracterizou também a missão e a mensagem dos seus três «textos pedagógicos» de 1973, que a editora Odeon publicou em 1990, pela primeira vez em checo, e reunidos num livro, sob o título comum Terno Bárbaro. O escritor tentou esboçar neles a retrospectiva de uma época já longínqua, lançar uma sonda na passagem dos anos quarenta para os anos cinquenta, quando uma nova realidade social se introduzia na sua pátria. Ao mesmo tempo, porém, entrava na cultura checa a arte moderna ligada à filosofia do pós-guerra, mas esbarrava na incompreensão e até na animosidade. Esta tese é documentada pelo popular prosador (e poeta) checo - nas asas da euforia nostálgica - no seu retrato literário do pintor e escritor Vladimír Boudník (1926-1968), fundador do chamado explosionismo checo, mais conhecido no estrangeiro do que nos confins das artes plásticas nacionais, membro da vanguarda artística de Libe¿n. Nos anos em que o jovem Vladimír Boudník realizava na pintura, com a sua invenção «bárbara», aquilo que «é inevitável», Bohumil Hrabal, desconhecido e ignorado, escrevia os seus poemas «apoéticos», estudos em prosa, diários de sonhos e outros textos, com que preparava aquilo que inevitavelmente tinha que acontecer também na literatura - embora a chamada vida se defendesse disso constante e persistentemente e, durante muito tempo, até vitoriosamente. Boudník começou a expor perto dos quarenta anos, Hrabal esperou pela primeira edição em livro dos seus contos até aos quarenta e nove anos. Porém, aquilo que é inevitável sobrevive e, por isso, a redescoberta tragicómica e embaraçosamente tardia dos textos em prosa de Hrabal nos anos setenta, tais como Eu que servi o Rei de Inglaterra, Uma Solidão Demasiado Ruidosa ou justamente Terno Bárbaro, não é apenas uma liquidação obrigatória de uma dívida editorial, mas sim a redescoberta natural da continuidade cultural com as tendências mais significativas e mais inovadoras da criação vanguardista checa.

Ano de edição: 2011

Páginas: 124

Coleção: Teodolito Ficção

Dimensões: 16,1 x 23,4 cm

Encadernação: Brochado

ISBN: 978-989-97474-3-2

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Bohumil Hrabal

Bohumil Hrabal (1914-1997) é um dos maiores escritores checos do século XX, a par de Jaroslav Hašek, Karel Capek e Milan Kundera. Eterno compincha de caneca erguida nas tabernas de Praga, amigo da boa cerveja e de gatos (a ordem é aleatória), cedo se deixou seduzir pelos encantos da capital checa. Cursou Direito, que nunca exerceu, viveu a ocupação nazi e o estalinismo do pós-guerra, e teve um sem-fim de ofícios, nos quais beberia a inspiração para os seus livros: de ferroviário durante a guerra (Comboios Rigorosamente Vigiados, 1965, adaptado ao cinema em 1967) e prensador de papel (Uma Solidão Demasiado Ruidosa, 1976) a contraregra e telegrafista. As suas obras circularam clandestinamente após a Primavera de Praga, foram banidas e queimadas, e, a par de outros intelectuais, Bohumil Hrabal foi acossado pelo regime comunista e pelos censores do Estado. Distinguiu-se pela publicação de obras como Eu que Servi o Rei de Inglaterra (1971), A Terra Onde o Tempo Parou (1973) e Terno Bárbaro (1973), pelo humor grotesco e irreverente e pela obsessão com o discurso autêntico e pitoresco do seu povo. No seu último dia neste mundo, caiu da janela do quinto andar num hospital de Praga, ao dar de comer aos pombos.

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